segunda-feira, 30 de maio de 2016


Nossa responsabilidade no educar para o respeito



Diante de mais um ato covarde, desrespeitoso, bárbaro e criminoso que vimos nesta semana com o estupro de uma jovem por 33 homens, ficamos TODAS assustadas, assombradas e revoltadas com tal acontecimento, mas além disso questionando sobre essa cultura e de como a sociedade reforça e alimenta esses fatos no seu dia a dia.

Sem entrar na discussão de quanto horror há nesta história fiquei me questionando sobre de onde vem e se perpetua tais comportamentos e pensamentos machistas e falocentricos. Ele vem de uma educação machista, de permissividade nas brincadeiras sobre as mulheres, da educação diferenciada entre meninos e meninas, de piadas machistas, de ambientes escolares, sociais e profissionais que fazem diferenciação de gênero de forma sutil e as vezes de forma gritantes.

Precisamos lembrar que nós como pais somos responsáveis pelo que ensinamos, repassamos e orientamos aos nossos filhos. Pelo que reproduzimos e valorizamos e pelo que nos indignamos e repudiamos nos comportamentos em família e em sociedade.

A escola tem um papel fundamental nesse processo que é de promover debates e dialogar sobre tais temas a fim de criar consciência e responsabilidade. E nós, pais, temos o dever de cobrar das escolas de nossos filhos um programa que permita tais discussões sobre respeito e gênero.

A responsabilidade com a formação do caráter dos nossos filhos, passa pelo nosso compromisso como todas essas questões e com o compromisso social de questionar, exigir e mudar um padrão vigente que muitas vezes vemos ao nosso redor, mas nos recusamos a barrar ou a acreditar que existem. Que deixamos na ordem da brincadeira, de “ ele não sabe o que está dizendo”, mas que as vezes estão impregnado no nosso cotidiano sem que nos demos conta ou que tenhamos força para mudar.

Esta jovem não foi a única a ser estuprada, tantas outras são abusadas, desrespeitadas, assediadas, desvalorizadas. Nenhuma de nós mulheres estamos a salvo de um terror desse, pois não se trata de roupa, lugar ou postura. Trata-se de educação, de desrespeito, de cultura do poder e de uma sociedade machista.

Contribua para um mundo mais harmônico, justo e respeitoso, faça a parte que que cabe, EDUQUE!


Vânia Oliva - Psicóloga da Casa do Crescer - Experiência de 30 anos em atendimentos a adolescente, adulto e casais.