Reaprendendo a linguagem do “criancês”
Educar os filhos nunca foi tão desafiador. Pais atarefados, novas formações
familiares, estresse e a luta para prover o necessário são alguns dos motivos
pelo quais os pais se perdem nas diretrizes da educação dos filhos.
Uma educação embasada no amor, no diálogo e no respeito têm sido
constantemente explorada nas escolas, nas famílias e nos consultórios. Mas então,
o que anda faltando?
Vamos voltar um pouco no tempo. Um dia nos tornamos pais e a partir da
concepção, temos apenas choros e desejos não verbalizados. Porém, sem nos
darmos conta iniciamos um diálogo. Passamos a observar mais atentamente o
comportamento desta criança e a cada novo gesto, um novo aprendizado se dá.
Começa então, a mágica linguagem do “criancês” e assim o que parecia indecifrável,
passa a ter sentido.
Com o crescimento do filho o diálogo começa a ficar escasso e cada vez
mais difícil. Nem “criancês”, nem português!
É nesse momento que a convivência se transforma numa “arena”, onde pais
e filhos se degladiam. Colocar em prática uma nova forma de comunicação pode
ser o caminho. Lembre-se do tempo em que você dedicava ao seu bebê a
cumplicidade no olhar, emoções e
sentimentos compartilhado. Retome sua disponibilidade e o comportamento
que ficou perdido ao longo do tempo.
A criança cresceu, mas a necessidade de ser ouvida continua a mesma.
Tire um pouco do seu tempo para saber dos sentimentos dela. Não ignore os
problemas pelo fato de ser só uma criança e dê a ela a oportunidade de se
explicar quando comete um erro.
Acolher o sofrimento e o choro do
seu filho, elogiar, compreender e demonstrar respeito é uma boa forma de
reativar esses laços. Finalizando, seja
criativo e brinque, pois através do brincar a criança vivência comportamentos e
aprende a lidar com as emoções.
Tudo isso requer vontade, e principalmente tempo. Caso esteja disposto a
dar este tempo ao seu filho, certamente estará sendo assertivo na sua educação.
Assim, o respeito e o afeto terão mais espaço na vida do seu filho do que a
teimosia, as brigas e as ofensas. Pense nisso!
Cristiane V. de Andrade, Psicóloga Clínica. Atualmente trabalha na Clínica
Casa do Crescer no atendimento de crianças e adolescentes. CPR 08/15824
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