domingo, 17 de fevereiro de 2013


Adolescência batendo à minha porta!


A família é um sistema ativo e em constante transformação e a adolescência como parte deste sistema também passa por transformações. O adolescente além de passar por mudanças físicas a transformação ocorre também na esfera psicossocial.

Nesta fase ocorre uma transição psicológica muito importante que é a passagem da infância para a idade adulta. É um período de luto ambivalente, onde pais e filhos precisam lidar com os sentimentos de perda. Os filhos tornam-se mais independentes e os pais percebem que não são mais tão necessários.

Da mesma forma, os filhos precisam aprender a lidar com a perda desta criança que antes tinha somente a família como fonte de afeto. Neste momento é preciso que a família passe por uma reestruturação e ajude o adolescente nesta importante fase de transição. Trabalhar a autonomia, responsabilidades, orientá-los nos novos desafios e auxiliá-los a manejar suas vidas com mais independência, é um meio maduro e seguro de prepará-los para a entrada na vida adulta. A flexibilidade familiar é um bom aliado e uma grande ferramenta neste período de transição. 
A sexualidade, a violência urbana e o envolvimento com drogas estão entre as principais preocupações dos pais. Estes ficam temerosos em não conseguir proteger os adolescentes dos perigos do mundo, desejando que eles ainda permaneçam na infância como um meio de assegurar a integridade física dos filhos. Dialogar, compartilhar informações e estabelecer limites ajuda a enriquecer o relacionamento e ameniza este período tão conflitante e preocupante para tantas famílias. Não ignore nem banalize o sofrimento do seu filho, seus medos são reais e precisam dos pais neste momento de transição.
Pais que não conseguem perder este corpo criança o impedindo de crescer; distanciamento entre pais e filhos por conflito de opiniões; isolamento; depressão; escassez ou perda total do diálogo são algumas das situações vividas neste período.
É importante prestar atenção se algo está fora do controle e buscar ajuda de um profissional. O profissional irá lidar de forma adequada com as mudanças na dinâmica familiar. Vai identificar e trabalhar os conflitos entre pais e filhos, estimulando de forma adequada a comunicação, e detectar possíveis quadros psicopatológicos que possam surgir neste período importante da vida.
Para que os adolescentes possam ter um crescimento emocional saudável, a família deverá ser flexível, acolhedora e capaz de suportar e amparar o crescimento e as transformações de seus filhos.
Cristiane V. de Andrade, Psicóloga Clinica. Atualmente trabalha na Casa do Crescer, na cidade de Curitiba. CRP 08/15824

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